Quando falamos em produtividade, muitas palavras surgem na nossa mente: motivação, procrastinação, emoções, preguiça, autoconhecimento,… a produtividade está relacionada com muitas esferas da nossa vida. O que significa que também é afetado por muitas delas.
Para ser produtivo, é necessário ter em conta os 3 pilares da produtividade: a eficácia (realizar a tarefa certa, que vai ao encontro do objetivo), eficiência (relacionada com a otimização do tempo que usamos a realizá-la) e a qualidade. É muito diferente estarmos ocupados do que sermos produtivos, e são estes 3 pilares que definem essa diferença, porque são todos necessários, para a tarefa ser realmente considerada produtiva. Vejamos: podemos realizar uma tarefa muito rápido, mas sem qualquer qualidade. Ou então uma tarefa que tem uma qualidade extraordinária, mas demorou 3 dias a fazer quando deveria ter sido feito em poucas horas. Será que podemos considerar tarefas produtivas?
Obviamente, que esta é a definição mais geral, mas cada um de nós tem a sua própria definição de produtividade, basta questionarmo-nos “como seria um dia produtivo?” e as respostas vão ser muito diferentes. Porque a produtividade, e o que é para mim ser produtivo depende das minhas crenças, dos meus referenciais, dos meus modelos, portanto, “ser produtiva” para mim é completamente diferente do que é “ser produtiva” para outra pessoa.
O mito da produtividade é o ato de acreditar que é possível ser sempre produtivo, ser produtivo 100% dos momentos e está intimamente ligado a crenças irracionais e muito rígidas.
Ou seja, de acordo com o mito da produtividade não podemos parar de produzir, ou devemos produzir muito, em um período curto de tempo, com grande qualidade. Mas será que o ser humano pode ser produtivo 100% das vezes? Claro que não! Esta é uma expectativa muito irracional, uma exigência completamente utópica.Ninguém é 100% produtivo. E isto acontece porque nós somos falíveis. Todos falhamos. A falha e o erro são as grandes certezas que temos na vida, seja a nível pessoal ou profissional. Portanto, queor deixar aqui o alerta para quem se identificou com esta forma de pensar, com estas exigências: que vai haver dias em que vai planear o seu dia ao pormenor, vai gerir o seu tempo o melhor que consegue e não será produtiva. E isto é normal, e está tudo bem.
Portanto, o que pode fazer para lidar com estes dias?
Aqui entra o tema tão importante da inteligência emocional e da capacidade de reconhecer e gerir as emoções. É importante ouvir o seu corpo e a sua mente e tentar perceber o que está a acontecer: pode ser um dia menos bom, por alguma razão, pode haver alguma preocupação ou problema a afetá-lo ou a apenas o seu corpo a pedir descanso. É essencial desenvolver a sua autoconsciência, a sua capacidade de identificar as emoções em si, e em aceitá-las com autocompaixão. Seja qual for a razão deve esforçar-se para compreender que é normal e não entrar no ciclo de frustração e autocritica que só servem para o deitar mais abaixo.
É também importante lembrar-se que os momentos de lazer e descanso são essenciais para manter a produtividade em dia e, que está tudo bem, não conseguir ser produtivo sempre. Todos nós temos dias bons e dias maus e, consequentemente, um dia bom compensa um dia mau. Tudo isso diz respeito ao equilíbrio das nossas ações.
A questão não é sobre ser 100% produtivo, mas sobre equilíbrio. Ninguém é produtivo 100% todos os dias.
Existem dias ou semanas que está no seu auge, e outros dias que não está tão bem. Todos nós passamos por problemas pessoais, de saúde, etc e tudo isso afeta o nosso desempenho no trabalho. Aceitar esta realidade é um passo importante para o seu bem-estar.